terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Poesia intemporal... para adultos que nunca deixaram de ser crianças

Brinquedo

Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga

1 comentário:

  1. Com a capacidade que só as crianças têm de imaginar e sonhar. Lindo! Um beijinho

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