sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Se...

Se és capaz de manter a tua calma quando
Todo o mundo ao redor já a perdeu e te culpa;

...De crer em ti quando estão todos duvidando,
E para estes no entanto achar desculpa;

Se és capaz de esperar sem te desesperares,
Ou, enganado, não mentir ao mentiroso,

Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
E não parecer bom demais, nem pretencioso;

Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires;
De sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores;

Se encontrando a Derrota e o Triunfo conseguires
tratar da mesma forma a esses dois impostores;

Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas
Em armadilhas as verdades que disseste;

E as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
E refazê-las com o bem pouco que te reste;

Se és capaz de arriscar numa só parada
Tudo quando ganhaste em toda a tua vida;

E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
Resignado tornar ao ponto de partida;

De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.

E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!

Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.

E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.

Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.

Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

(Rudyard Kipling, tradução de Guilherme de Almeida)

domingo, 26 de dezembro de 2010

O útimo Natal de Ademar Santos...

Esse rio
que os teus olhos hesitam
tem apenas a largura
de um passo
mas estares de um lado
ou do outro
faz e fará sempre
toda a diferença
nenhuma mulher
tem asas no lugar dos pés
para caminhar eternamente
sobre a água.

Ademar
25.12.2009

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Porque é Natal... e Natal é amor também!

Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

Saramago, 1990

domingo, 19 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Quero ficar contido
contigo
Quero aprender
a ver
e amar
a estação de todos os medos!


Literacia do ser Humano

Vou descobrindo a cada dia a capacidade que tenho em suportar... e ir vivendo a minha própria humanidade! Procuro a rota sem GPS...

tento não me perder definitivamente...

«A maior aventura de um ser humano é viajar,
E a maior viagem que alguém pode empreender
É para dentro de si mesmo.
E o modo mais emocionante de realizá-la é ler um livro,
Pois um livro revela que a vida é o maior de todos os livros»

...Mas é pouco útil para quem não souber ler nas entrelinhas
E descobrir o que as palavras não disseram...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Fica um poema de Clarice Lispector ...

«Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
...Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar

sábado, 30 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ano novo, novos desafios... desta vez é o trabalho com um surdo implantado que nos obriga a uma reciclagem geral... porque há sempre alguém que nos faz evoluir...

domingo, 19 de setembro de 2010

O direito à educação nos casos de doença crónica e/ou prolongada...

A publicação da Lei n.º 71/2009, veio consagrar o direito ao regime especial de protecção de crianças e jovens com doença oncológica que compreende:- A protecção na parentalidade;- A comparticipação nas deslocações para tratamentos;- O apoio especial educativo;- O apoio psicológico.
Têm direito à protecção na parentalidade, prevista no Código do Trabalho, os progenitores da criança ou jovem com doença oncológica que, cumulativamente, exerçam o poder paternal e vivam em comunhão de mesa e habitação com a criança ou jovem.O benefício é extensível ao adoptante, tutor ou pessoa a quem for deferida a confiança judicial ou administrativa da criança ou jovem com doença oncológica, bem como ao cônjuge ou pessoa que viva em união de facto.
Beneficia da comparticipação nas deslocações a tratamentos a criança ou jovem com doença oncológica. As despesas suportadas pelos acompanhantes só são comparticipadas em caso de insuficiência de meios humanos ou materiais da respectiva unidade médico-social ou em caso de carência de serviços especializados necessários.Só são comparticipadas as despesas relativas a deslocações de ida e volta, que excedam 10 km entre a residência da criança ou jovem com doença oncológica e o local para onde estes devam receber o tratamento.
Quanto às medidas educativas especiais, às crianças e jovens com doença oncológica aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto no Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, alterado pela Lei n.º 21/2008, de 12 de Maio, que define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo. Entre as medidas educativas especiais estão condições especiais de avaliação e frequência escolar, apoio educativo individual e/ou no domicílio, adaptação curricular e utilização de equipamentos especiais de compensação. Beneficiam de apoio psicológico as crianças e jovens com doença oncológica e os demais beneficiários da protecção na parentalidade. O apoio psicológico é prestado no próprio estabelecimento hospitalar ou local onde a criança ou jovem esteja internada ou receba os tratamentos. Caso tal não seja possível, o apoio deverá ser prestado através dos centros de saúde e hospitais da área de residência do agregado familia.
Este diploma veio, como noutros casos de doenças prolongadas e/ou crónicas assegurar direitos que têm andado por vezes esquecidos nos meios escolares: a equidade no acesso nem sempre é a mesma para todos, nem a educação a melhor para cada um...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

As curvas da vida...

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.

Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Ler mais qualquer coisa...

Gotta Keep Reading
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
...Cause this book’s gonna be a good good book to read
Ooo hoo
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good good book to read
Pick up that book
And turn the page
You’ll never know
Just what you’ll find
Information
Or Fantasy
Drama and Art
All make you smart!
I know that you’ll have a ball
If you turn off the TV and just read them all
Just think, with a book you’ll be so entertained
OMS has the best readers in F.L.A
Fill up my mind
With non fiction
Let’s get the facts
And use them up
Collaborate
Graduate
Feed your brain
And then we’ll just keep on reading
And reading and reading and reading and reading
And reading and reading
Lets read it some more
Reading and reading and reading reading reading
Keep reading and reading and reading
Gotta Keep Reading
Ooo hoo
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good good book to read
Ooo hoo
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good good book to read
I got my book!
Do you have yours?
What is the title?
And who’s it by?
Where is it set?
Maybe in Spain?
Is it fiction?
Or is it real?
Will it be happy?
Or maybe sad?
Let’s see what happens
By reading on
Open that book
And have a look
It’s an adventure
So keep on reading that book
Keep reading and reading and reading and reading
And reading and reading lets read it some more
Read it and read it and read it read it read it
And read it and read it and read it read it read it read it
Here we come, here we go we gotta read (read read read)
Easy come easy go now we can’t stop
Fill that shelf with those books
Way to the top
Round and round
Read those books
Around the clock
Action, Sci-Fi, Humor, Adventure
Biography, Reality, Mystery and Fantasy
Read read read read read it up
What ever you like
Read those Sunshine States
Take those Reading Counts
Gotta Keep Reading
Ooo hooo
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good good book to read
Ooo hoo
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good book
Cause this book’s gonna be a good good book!
Ohh hoo…..
Ver mais


Sentimentos de Verão...

«Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
...Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.»

Miguel Torga

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pensamentos...

Hoje, ficamos simplesmente com uma frase, de Nikos Kazantzakis, para fazer pensar...

"Os professores ideais são os que se fazem de pontes,
que convidam os alunos a atravessarem,
e depois, tendo facilitado a travessia,
desmoronam-as com prazer,
encorajando-os a criarem as suas próprias pontes."

sábado, 26 de junho de 2010

domingo, 2 de maio de 2010

Para Sempre...

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.


Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 8 de abril de 2010

“ Somos donos de nossos actos, mas não donos dos nossos sentimentos; Somos culpados pelo que fazemos, mas não somos culpados pelo que sentimos; Podemos prometer actos, mas não podemos prometer sentimentos... Actos são pássaros engaiolados, sentimentos são pássaros em vôo. . .”
( Mario Quintana )

É um tempo propício à reflexão e à tomada de decisões, nem sempre fáceis... Um tempo para actuar... que tudo o que seja feito o seja com bom sentimento.


domingo, 21 de março de 2010



Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

(Alberto Caeiro in "Quando Vier a Primavera")

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Poesia intemporal... para adultos que nunca deixaram de ser crianças

Brinquedo

Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Avaliar...

A propósito da avaliação e dos objectivos individuais e das reflexões a que me tenho dedicado não queria deixar de partilhar um outro ponto de vista...
O texto é de Inês Silva e está disponível
aqui. Entretanto deixo-o transcrito para que alguém, se o quiser, também possa pensar...

"A avaliação depende de muitos factores e, quer queiramos quer não, é sempre pautada por uma boa dose de subjectividade, que deriva dos conhecimentos e interesses do avaliador. Por vezes, quando as classificações altas são solicitadas e exigidas por um grande número de agentes da nossa sociedade, quase não dando margem ao avaliador para contrariar o expectável (se o fizer, é o culpado dos maus ou falsos resultados), quem avalia faz por vezes uso dessa subjectividade para respeitar as metas de quem está do lado da maioria, evitando proceder a uma efectiva avaliação de competências. Esta exige a consciencialização, por parte do avaliado, do que foi o processo de que foi agente, radicada na medição da qualidade das aprendizagens que realizou, mesmo que essa avaliação não surja a posteriori representada num simples registo numérico ou outro. Os resultados hão-de surgir, transformados em saberes, valores e acções. Não é necessário que sejam sempre medíveis matematicamente, para constarem duma qualquer pauta a afixar.
Assim sendo, cada vez mais os sujeitos aprendentes procuram obter classificações que dêem conta do resultado do processo de que se sentem protagonistas, sem o serem. Explicando melhor: habituaram-se à pertinência do resultado obtido, traduzido numa mera classificação alta, de preferência, mesmo que esta não reflicta o que efectivamente se aprendeu/fez durante o processo. Esta realidade tem-se manifestado na substituição clara, ocorrida nos últimos tempos, da pergunta “O que aprendeste/fizeste?” pela interrogação perspicaz e interesseira “Que nota obtiveste?”.
Corre-se, pois, hoje em dia, atrás dos bons resultados e, consequentemente, dos quadros de mérito e do destaque nas pautas. É frequente o aluno perguntar ao professor: este trabalho conta para nota?
- Não, não conta. Serve apenas para que desenvolvas a tua capacidade de escrita.
- E desconta, se não o fizermos?
- Não, não desconta…
- Está bem! (Então não faço! – pensou.)
A preocupação pelas classificações e o descurar do processo de aprendizagem, que inclui o reforço de competências e aquisição de valores, úteis em situações futuras de trabalho efectivo (escolar ou não) e na resolução de problemas de vária ordem, são dois fenómenos enraizados numa sociedade competitiva que não se preocupa com o fazer bem e cada vez melhor para uma sociedade bem construída, mas sim com o fazer para adquirir algo imediato para cada indivíduo.
A contrariar estas avaliações, classificações e medições, que em nada contribuem para a formação intelectual e cívica de um sujeito, que se quer consciente da sua formação e ciente dos mais preciosos valores, surge uma outra realidade, destacada na edição do semanário Sol, de 18 de Dezembro de 2009:

A escola das diferenças
O primeiro período escolar está a acabar mas na Escola da Ponte não há classificações. O dia-a-dia num estabelecimento sem turmas, onde alunos dos 6 aos 15 anos aprendem ao seu ritmo, perguntam, pesquisam e entreajudam-se.


A reportagem em causa destaca a “ponte” existente entre o avaliador e o avaliado. O aluno avaliado é acima de tudo o seu próprio avaliador, uma vez que antes do final de cada dia de aulas cumpre o ritual de fazer a auto-avaliação do seu desempenho, face ao plano de trabalho traçado (objectivos e assuntos que terá de pesquisar). Ao longo do dia, trabalha no seu próprio ritmo mas sempre em equipa. E quando se sente preparado, solicita a avaliação, cuja classificação traduz com certeza a efectiva aprendizagem, uma vez que, antes de pedir para ser avaliado, tem de perceber se efectivamente fez bem o que planeou fazer e se soube estar em equipa. No fundo, toma consciência se, de facto, sabe trabalhar autonomamente na e para a sociedade a que pertence. O indivíduo não trabalha para si nem tem como objectivo máximo ver a sua nota destacada numa pauta afixada porque as boas notas só são conseguidas se ele revelar capacidades para trabalhar em equipa. Aliás, apenas os pais têm acesso às classificações. Assim sendo, a escola das diferenças promove as boas notas como mérito de um trabalho colectivo, nunca somente individual.
Nas outras escolas, as que não fazem a “ponte” entre o avaliador e o avaliado, é muito difícil separar o processo do resultado final e, por isso, o primeiro é esquecido e o segundo sobrevalorizamos, negociado e exigido. Caso idêntico é o de alguém que diz a outro: “Amo-te”. Classificou confortavelmente o seu sentimento com uma boa nota, sem olhar para o processo, que é bem mais difícil e trabalhoso: mostrar todos os dias e a todas as horas que o ama, através de acções, valores e saberes, partindo, se for preciso, de um plano. Manifestar o amor é muito difícil e exige um desenvolvimento intelectual e afectivo imenso, que só as escolas das diferenças são capazes de desenvolver. Sem avaliações, classificações ou medições."

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

sábado, 23 de janeiro de 2010

"Certa vez houve um grande incêndio em uma floresta.Apavorados ,todos os animais trataram de fugir o mais rápido que possível para um local seguro.Todos, menos um pequeno beija-flor que começou a voar até o rio e, em inúmeras vezes, ele ia e voltava com o bico cheio de água e jogava sobre o fogo que se alastrava cada vez mais.Vendo isso o leão parou e zombateiramente perguntou o que aquele pequeno pássaro estava fazendo:

-Mas o que você acha que vai conseguir com esse biquinho tão pequeno?isso não é nada perto de um fogaréu tão grande rapaz.

O beija-flor lhe responde.

-Posso ter o bico pequeno e não conseguir apagar esse fogo sozinho,mas estou fazendo a minha parte."

Sejamos como o beija-flor... Importante é não desistir, continuar a lutar pela escola em que acreditamos e contribuir para poder fazer a diferença.

domingo, 17 de janeiro de 2010

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Originalidade...

Original é o poeta
que se origina a si mesmo
que numa sílaba é seta
noutro pasmo ou cataclismo
o que se atira ao poema
como se fosse um abismo
e faz um filho às palavras
na cama do romantismo.
Original é o poeta
capaz de escrever um sismo.

Original é o poeta
de origem clara e comum
que sendo de toda a parte
não é de lugar algum.
O que gera a própria arte
na força de ser só um
por todos a quem a sorte faz
devorar um jejum.
Original é o poeta
que de todos for só um.

Original é o poeta
expulso do paraíso
por saber compreender
o que é o choro e o riso;
aquele que desce à rua
bebe copos quebra nozes
e ferra em quem tem juízo
versos brancos e ferozes.
Original é o poeta
que é gato de sete vozes.

Original é o poeta
que chegar ao despudor
de escrever todos os dias
como se fizesse amor.
Esse que despe a poesia
como se fosse uma mulher
e nela emprenha a alegria
de ser um homem qualquer.

José Carlos Ary dos Santos

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Manual da Literacia da Internet

Encontrei neste site um livro muito interessante para todos aqueles (educadores) que procuram manter-se informados, tecnologicamente falando.

Bom Ano 2010

É importante recomeçar o novo ano com o espírito e a paciência de quem não se cansa de recomeços, mas também com criatividade que nos ajude a resolver os problemas eternamente adiados. Entretando deixo os votos costumeiros de paz, saúde e muito , muito amor para todos vós!